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sexta-feira, 15 de março de 2013

Em defesa da Tecnologia na Mineração

Você já imaginou o mundo sem a mineração? Para exemplificar, talvez fique mais fácil pensar o que aconteceria sem a produção de alimentos em grande escala, já que não existiria aço para a construção de máquinas.

No Brasil, muitas vezes, a mineração é vista como sinônimo de riqueza fácil que deixa um buraco no meio do país. No entanto, não é fácil aproveitar os recursos minerais disponíveis. A cada cem alvos – ou áreas previstas para exploração – apenas quatro ou cinco apresentam algum potencial para ser trabalhadas. Destes espaços, apenas um tem este potencial realmente confirmado. Depois, ainda há todo o trabalho de exploração. Ou seja, é um empreendimento com retorno entre 3 e 10 anos ou mais.


E o desafio para uso do minério de ferro é crescente. O teor de ferro dos materiais disponíveis é um ponto a ser considerado. Um exemplo é a hematita, que possui um alto teor deste metal, mas sua presença em nosso solo é cada vez menor e beira o esgotamento. A hematita  é muito importante para a produção de aço, presente em vários itens de nosso dia a dia – de geladeiras, que preservam nossos alimentos, a componentes diversos para computadores.

Por isso, é fundamental que haja uma maior preocupação com a tecnologia no setor. No caso da hematita, em sua substituição, podemos aproveitar o itabirito brando. Temos a tecnologia necessária para aproveitar adequadamente o teor de ferro deste minério. No entanto, chegará um momento em que ele também deixará de ser explorado e teremos que usar o itabirito duro – com custos de moagem e britagem mais caros. E ainda se busca um recurso tecnológico para isso.

O Brasil tem grande potencial para a produção de bens primários. E por que razão deixar de produzi-los? Para a indústria, é mais atrativo economicamente vender o concentrado industrial do que o aço - que é o minério de ferro já transformado. Por outro lado, não vale a pena comercializar o estanho concentrado por conta do seu alto valor intrínseco. É necessário avaliar, não simplesmente descartar as boas possibilidades por acreditar que outras opções possam ser mais interessantes.

É hora de investir em nossos potenciais, não negá-los. É tempo de trabalhar nas reservas naturais que temos, melhorando cada vez mais seu aproveitamento. O Brasil tem grandes possibilidades de manter e ainda aumentar o bom desempenho no setor mineral. Muitos apontam o poder de um país por causa da tecnologia de ponta adotada – pensando nela apenas como o resultado final de um trabalho, como um carro, uma televisão, uma máquina. Vale pensar que, para que isso aconteça, é fundamental que haja o provimento de recursos naturais abundantes e de boa qualidade – e o Brasil tem tudo para ocupar essa posição de destaque. 

Rotenio Castelo Chaves Filho
 Gerente de Processos Mínero-metalúrgicos da Progen

Fonte: Revista Minérios&Minerales

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